'Doutor Estranho no Multiverso da Loucura' – Uma farofa colorida com a fascinante visão de Sam Raimi

05/05/2022

Cred capa - Divulgação/Marvel

Nesta quinta-feira (5), o aguardado “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” finalmente chegou aos cinemas.

Um dos motivos da ansiedade dos fãs, é que a produção daria continuidade aos mistérios do multiverso, em decorrência dos acontecimentos de “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, revelando as infinitas possibilidades do UCM.

Entre as séries indicadas para assistir antes de conferir o novo longa, estão “Wandavision”, em que o público pôde entender melhor o processo de luto da personagem de Elizabeth Olsen, a origem de seus filhos e todo o seu potencial como Feiticeira Escarlate, a mais poderosa de todos os heróis da Marvel; “Loki”, que traz um pouco mais sobre as linhas do tempo e as variantes; e “What If....” que traz questionamentos sobre os universos. Além, é claro, do filmes “Doutor Estranho” (2016) e dos acontecimentos de Guerra Infinita e Ultimato.

Vamos ao que interessa.

Um dos problemas do novo filme da Marvel, além do roteiro (que vamos falar mais para a frente), é a falta de ritmo. Ou melhor, a continuidade de um único ritmo, que aliás é bem frenético. O espectador sempre espera o ápice chegar...e não chega.

O longa já começa, basicamente, jogando tudo na sua cara, com a personagem America Chavez (Xochitl Gomez) e uma das variantes do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), fugindo de uma misteriosa criatura enviada por uma feiticeira para sequestrar a jovem, que tem a habilidade de viajar pelos universos.

A garota acaba parando na “nossa” realidade e, depois de uma cena de perseguição eletrizante no meio da cidade de Nova Iorque, Stephen e Wong se propõem a ajudá-la. Para isso, o mestre das artes místicas recorre a uma antiga colega vingadora, Wanda Maximoff, acreditando que ela, depois de sua jornada de redenção, havia superado capítulos do passado. Mas lá, ele descobre que Wanda, ou melhor, Feiticeira Escarlate, foi a responsável por ter enviado o monstro.

A partir daí, a coisa fica alucinada (mais).

Em Kamar-Taj, Stephen e Wanda se estranham de vez, já que a Feiticeira quer absorver os poderes da jovem, ou seja, matá-la, para conseguir poder o suficiente para viajar para outro universo e recuperar os seus filhos. E a aventura pelos universos começa.

Para quem está em busca de uma viagem colorida, explosiva e repleta de efeitos especiais, o longa é um prato cheio. As cenas de batalha protagonizadas pela personagem de Olsen são hipnotizantes e quase com trejeitos coreografados, exaltando todo o potencial vilã da personagem.

A visão de Sam Raimi na direção é fascinante. Sua criatividade não tem limites. O diretor abusa das cores, da musicalidade, do limite entre o fascínio entre a fantasia e o levemente macabro. A atmosfera sombria, e até assustadora, nunca antes vista em um longa da Marvel, deixa claro o motivo do filme ser indicado para maiores de 14 anos.

Não tem nada de "terror TERROR".As cenas têm uma pegada no estilo “Convenção das Bruxas” (Nicolas Roeg), “Arraste-me Para o Inferno” (de Raimi), que pendem mais para o lúdico.

Apesar de toda essa correria repleta de cores, participações marcantes e de um orçamento milionário (U$200 milhões), o roteiro não consegue entregar um motivo convincente para a produção ter sido feita. Assim como “Homem-Aranha Sem Volta Para a Casa”, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” entrega um excelente fan-service, uma vez que o público sempre quis ver em prática todo o potencial da Feiticeira Escarlate. As participações das variantes de outros universos também são legais de se ver. Mas, em contraponto, o filme não tem um objetivo. No longa com Tom Holland, apesar do roteiro fraco, o objetivo era explicar o motivo, ou um dos possíveis motivos, do Multiverso. Agora, na mais recente produção da Marvel, esse propósito não fica muito claro.

O filme seria apenas para mostrar o que a Feiticeira Escarlate poderia fazer se ela quisesse? Seria para embasar os grandes poderes do Doutor Estranho? ; Seria para apresentar a jovem America Chavez, apesar de sua história não ter sido propriamente apresentada? ; Seria para poder justificar qualquer reviravolta inexplicável nos futuros filmes do UCM? (provavelmente).

*Pelo menos, no meio desse excesso de loucura, uma coisa foi explicada. Agora, os fãs sabem para que uma determinada relíquia, apresentada em “Doutor Estranho”, em 2016, serve.

Assista "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" nos cinemas.

@STEREOPOPCURITIBA NO INSTAGRAM