Cia. Armazém apresenta o espetáculo 'Angels in America' no Festival de Curitiba

31/03/2022

Cred capa - Mauro Kury

Considerada por muitos estudiosos como um dos textos teatrais mais importantes dos últimos 50 anos, Angels In América é um díptico escrito por Tony Kushner no início dos anos 1990.

Composto de “O Milênio se Aproxima (parte 1)” e “Perestroika (parte 2)” e jamais montado integralmente no Brasil*, o texto recebeu os principais prêmios da dramaturgia americana, incluídos aí os prestigiados Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize. É com este espetáculo que a Armazém Cia.de Teatro retorna ao Festival de Curitiba para a edição que celebra 30 anos do evento.

Angels fará duas apresentações dentro da Mostra Lúcia Camargo, no dia 9 a partir das 21h e no dia 10 de abril partir das 19h, no Guairinha. As duas partes da montagem serão apresentadas em sequência, com intervalo de 30 minutos entre elas. Os ingressos para cada parte deve ser adquirido separadamente e quem comprar os passes para as duas partes terá desconto no valor total do pacote, que sairá por R$120,00 (R$60,00)

Os ingressos estão à venda pelo site oficial www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria do evento, localizada no Shopping Mueller (Piso L2).

ANGELS IN AMERICA se passa na década de 1980, em Nova York, durante a chamada “Era Reagan” e quando a AIDS assola a cidade como uma espécie de epidemia. Mas Nova York aqui pode ser qualquer um desses lugares densamente povoados, onde é fácil pensar que a pessoa ao seu lado no metrô ou no elevador, ou mesmo na cama, pode estar do outro lado do mundo. Há uma pressa, uma urgência, nesse ir e vir constante da grande cidade que parece não permitir o tempo estendido de se conectar ao outro. Mas, apesar e por conta disso, as personagens arrebatadas de Tony Kushner – cheias de dor, medo e uma frágil esperança – tentam fazer contato dentro deste abismo.

“É um épico teatral em duas partes. É uma peça especial, um mergulho no final do século XX, mas que revela uma atualidade esmagadora. É uma obra que reflete sobre o mundo ocidental, religiões, política, relações afetivas, sexo, medo da morte, covardia, crueldade, História. Há um sentido de devastação se alastrando por toda a peça. Mas o resultado cênico é um movimento constante, personagens se fazendo vivos por estarem em movimento”, comenta o diretor Paulo de Moraes. “Embora haja um cheiro de realidade permanente, a nossa montagem não é nada realista. Usamos um espaço nu, aberto. E pairando sobre o espaço, um grande teto branco, uma espécie de asa geométrica, como um anjo pairando sobre a História. Fora isso, usamos pouquíssimos elementos, para que os corpos dos atores sejam determinantes pra narrativa e a imaginação do público seja cúmplice e finalizadora do acontecimento estético”, conclui Moraes.

O espetáculo contém cenas de nudez.

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