Lee Cronin agrada fãs de Evil Dead em novo longa da franquia

Cred capa - Divulgação

Nesta quinta-feira (20), o aguardado “A Morte do Demônio: A Ascensão” chega aos cinemas.

Com direção e roteiro de Lee Cronin (“The Hole in the Ground”), o longa, que é  sequência da famosa franquia criada por Sam Raimi, aposta em um novo contexto para o universo. As produções anteriores sempre se passavam em cabanas e locais afastados - com exceção do “Army of Darkness”

A ansiedade dos fãs está a mil, uma vez que já faz quase 10 anos que “Evil Dead” esteve nos cinemas, no filme dirigido por Fede Alverez e protagonizado por Jane Levy.

Sam Raimi e Bruce Campbell (Ash) participam do projeto como produtores.

A atriz Jane Levy e sua versão assustadora para "A Morte do Demônio", de 2013 - Cred Reprodução

Agora, “A Morte do Demônio: A Ascensão”  se passa em um condomínio de apartamentos, em Los Angeles. No prédio, que está prestes a ser demolido, vivem Ellie (Alyssa Sutherland) e seus três filhos, Danny (Morgan Davies), Bridget (Gabrielle Echols), e Kassie (Nell Fisher), que recebem a visita surpresa da tia Beth (Lily Sullivan), em uma noite chuvosa.

Ao chegar, Beth fica sabendo do divórcio de sua irmã e a futura mudança do imóvel. Ellie até tentou contatá-la há alguns meses para falar sobre o ocorrido e pedir apoio, mas, com a rotina corrida de Beth como técnica de produções de bandas e shows musicais, a ligação passou batida. As duas colocam as informações em dia, enquanto os filhos de Ellie vão à pizzaria de carro.

No retorno ao prédio, um terremoto de magnitude 5,5 atinge a cidade de Los Angeles, abrindo, misteriosamente, um buraco no solo da garagem. Danny resolve explorá-lo e lá descobre um antigo cofre, já que um banco operava no local antigamente, além de outros itens estranhos que estavam lacrados e escondidos (por um motivo).

 

Em "A Morte do Demônio: A Ascensão" fica clara a existência de outros exemplares do Necronomico Ex-Mortis - Cred Reprodução/ Warner Pictures

O jovem então leva os objetos – três discos de vinil e o Livro dos Mortos - para análise em seu quarto. (O diretor deixa bem claro que este é um de três exemplares do Necronomicon Ex-Mortis, deixando uma boa deixa para o futuro da franquia).

No primeiro disco, um grupo de padres apresenta a descoberta do famoso livro para outros religiosos e são proibidos de traduzí-lo e explorar o seu conteúdo. Porém, um pequeno grupo de sacerdotes se reúne para fazer a tradução independente do material e começa a narrar a experiência.

No segundo disco, mais desdobramentos sobre o processo e a descoberta das macabras palavras, que são responsáveis por uma “comunicação”(um tanto quanto invasiva) com o outro plano. Quando Denny tenta parar o aparelho de som, uma misteriosa força o impede.

Enquanto isso, Ellie desce para a lavanderia do prédio e é surpreendida por uma força invisível que a joga para dentro do elevador e a tortura dolorosamente até possuí-la por completo.

 

A famosa cena em meio à floresta agora se passa em um elevador - Cred Reprodução/ Warner Pictures

Daqui para frente, o filme reúne cenas grotescas, daquelas que você fecha os olhos para diminuir a aflição, marcadas por muito sangue, vozes e expressões demoníacas, e maquiagens surpreendentemente assustadoras.

Foram mais de 6.500 litros de sangue falso utilizados em “A Morte do Demônio: A Ascensão”. O diretor Cronin ainda presenteou os fãs do terror com uma referência à famosa cena do elevador de “O Iluminado”.

A caracterização da atriz Allysa Sutherland é assustadora e, a medida que o longa desenvolve, a “podridão” de sua personagem é cada vez mais visível. Palmas para o amplo departamento de maquiagem do filme, composto por 14 pessoas.

 

A atriz Alyssa Sutherland em A Morte do Demônio A Ascensão- Cred Reprodução 

Apesar de toda a bizarrice que o universo de “Evil Dead” envolve, acho que nunca antes tivemos um “vilão” tão grotesco e intrigante em sua aparência. E o melhor de tudo...sem o uso de CGI, o que é digno de aplausos no meio de tantas telas verdes utilizadas nos mais variados gêneros cinematográficos. Claro que recursos gráficos foram utilizados na produção, mas de forma bem contida e não pela preguiça do diretor/estúdio.

Será que temos alguma inspiração à alguma das criaturas de “O Enigma de Outro Mundo”, clássico de 1982?

“A Morte do Demônio: A Ascensão” não supera o seu antecessor “A Morte do Demônio”, de 2013 (SE formos compará-los). MAS, definitivamente, é um dos melhores filmes de terror deste ano e da franquia Evil Dead.

Cred Divulgação / Warner Pictures

Não sabemos se o longa não alcança o seu total potencial por não ter sido feito para os cinemas, em primeiro momento. “A Morte do Demônio: A Ascensão” era para ser lançado diretamente no streaming, pela HBO Max, mas com o seu potencial sucesso, a produção foi para as telonas.

As cenas marcadas por risadas assustadoras em close, que descrevem bem o que “Evil Dead” é, se fazem presente. Mas poderiam ser mais longas e melhor exploradas. Elogios para os momentos originais de tortura, com direito a ralador de queijo, e para a “homenagem” a Sam Raimi, não deixando de fora elementos essenciais do universo, seja pelo aspecto "terrir", pela icônica cena com a motoserra ou pela capacidade ultrapassar os limites do sangrento. 

 

A motosserra é um dos elementos mais marcantes da franquia Evil Dead - Cred Divulgação/Warner Pictures

O ineditismo do local, que foi muito abordado durante a promoção do longa, dá uma "atualizada" na franquia, promovendo um universo de possibilidades. Mesmo com um ambiente mais amplo, Lee Cronin consegue transformar o apartamento em uma releitura da cabana. Em uma recente entrevista, o diretor disse “Eu vejo o apartamento como a cabine, os corredores e outros aspectos do prédio como a floresta”. Aparentemente, o próximo filme da franquia deve retornar para a floresta, como a cabana triangular mostrada da cena inicial.

 

Futuro de Evil Dead deve retornar para a floresta, de acordo com cena inicial do longa de Cronin
- Cred Divulgação/ Warner Pictures

A maternidade é outro assunto muito citado nos materiais de divulgação. “A mamãe te ama até a morte”. Esse é o motivo de todo o roteiro. É por essa razão que Beth vai visitar sua irmã Ellie, para falar sobre o possível desenvolvimento de sua gravidez. A aparente incerteza da maternidade acaba sendo o combustível para a tentativa de sobrevivência da personagem de Lilly Sullivan.

No nosso ranking de Evil Dead: 

1 - Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (1987)
2 - A Morte do Demônio (2013)
3 - A Morte do Demônio: A Ascensão (2023)
4 - Uma Noite Alucinante 2 (1981)
5 - Uma Noite Alucinante 3 (1992 / Army of Darkness)

“A Morte do Demônio: A Ascensão” com certeza vale a pena ser visto nos cinemas. Lembrando que a classificação é 18 anos.